7.5.08

Profissionalismo vs papo de bar

O município de hoje (07/05/2008) é uma Pérola.

O jornal tem um momento de extremo profissionalismo, na reportagem de Thayse Helena Machado e um de extrema mediocridade, na coluna Diretas & Indiretas.

Olhem só como a diferença entre opinião e informação, entre aquário e redação é gigante nessa edição.

Primeiro, vamos aos fatos.

Versão da Rádio Cidade

Trechos Selecionados.
"O advogado e ex-secretário municipal de Cultura, Esporte e Juventude, Paulo Portalete, recebeu voz de prisão do Juiz Edemar Leopoldo Schlosser no início da tarde desta terça-feira (6). A acusação é de indução de pessoas a se inscreverem no Cartório Eleitoral da Comarca e de obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou particular, material ou ideologicamente falso para fins eleitorais. Levado ao juiz Eleitoral por policiais militares, Portalete recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Polícia por uma guarnição do Pelotão de Policiamento Tático (PPT)."
" Junto foi apreendido um adolescente que havia sido conduzido por Portalete de Guabiruba para o Cartório Eleitoral em Brusque. Levado à presença do juiz, o jovem conversou demoradamente com o magistrado, enquanto um oficial de Justiça recolheu o aparelho celular de Portalete."


"Após a conversa com o rapaz, o juiz deu voz de prisão a Portalete. Em conversa com a reportagem da Rádio Cidade, Portalete se defendeu afirmando que não é candidato a nada no pleito de outubro e não portava qualquer material de campanha política."


" O rapaz acrescentou, segundo afirmação do delegado, que uma tia dele, que é eleitora do Paraná e que também reside em Guabiruba, teria recebido a mesma proposta por parte de Paulo Portalete. Segundo ainda o adolescente, no domingo (4) outras pessoas teriam sido trazidas por Portalete ao Cartório Eleitoral mesmos sendo moradores de Guabiruba."

Agora, a versão coerente da reporter Thayse Helena Machado, em uma excelente reportagem.







Não sou jornalista. Mas como consumidor e cidadão que acompanha a imprensa, não tenho medo de errar quando digo que a repórter fez certinho o dever de casa.

Averigou os fatos, foi à delegacia, ouviu ambas as partes, construiú a notícia de maneira coerente, com base nos dados e tomou todos os cuidados possíveis para sua reportagem não gerar nenhum pré julgamento, nenhuma pirotécnia em cima do fato dado. Não emitiu nenhum juízo de val0r ou opinião quanto ao ocorrido. Em resumo, uma aula! Parabéns!

Agora vamos a coluna DIRETAS & INDIRETAS




Vejam só a tremenda diferença que há entre as duas pessoas que escrevem no mesmo jornal.
Não dá para saber quem escreve a coluna Diretas & Indiretas, pois isso não está informado no jornal em si. De maneira que assumo que seja de responsabilidade do Editor do jornal.

Independente de quem for o articulista, o mínimo que o Jornal deveria fazer, é chamar essa página 3 de "Opinião" e não de "Geral" como de fato é.

O jornal também deveria exigir do articulista que, no mínimo dos mínimos, lesse o próprio jornal.
Nenhuma pessoa, independente de posição política, encontraria qualquer menção na reportagem do jornal município à alguma espécie de propaganda política por parte do preso em Flagrante Paulo Portalete. Mas o articulista diz que o mesmo foi preso pela "suspeita[...] de que o ex- secretário estaria fazendo propaganda eleitoral com as pessoas que aguardavam na fila para serem atendidas."

Se alguem lê apenas a coluna de opinião na seção Geral. Vai imaginar o secretário distribuindo santinhos para os cidadãos que estavam na fila do cartório eleitoral.

No campo "Emparedado II", o articulista ainda ainda aproveita para demonstrar seus juízo de valor, lamentando o ocorrido e aproveitando para dizer "culpado é quem corrompe e quem se deixa corromper".

Então a sua confusão é ainda maior. Se eu estou fazendo propaganda eleitoral, eu estou corrompendo quem? Entregar um santinho na mão de uma pessoa, fora de época, ou falar para alguem votar em um candidato X ou Y, de modo que caracterize campanha eleitoral extemporânea é crime. Mas não cabe essa de que a culpa é do eleitor também. Pois ele não estaria se corrompendo, apenas sendo vítima de uma campanha pré eleitoral.

Então, o que quis dizer o articulista com "Se comprovada a denúncia, só temos que lamentar. Tão culpado quanto o que corrompe, é aquele que se deixa corromper"?

Se o responsável pelo DIRETAS & INDIRETAS tivesse feito como sua repórter Thayse, indo ao foco da notícia, averiguar e ouvir as partes, saberia ao menos do que se tratava o acontecido. Como não foi, se ao menos tivesse lido o que a própria colega escreveu, não teria passado esse ridículo. Da maneira como se constroí essa coluna hoje em dia, deveria se chamar de "papo de bar", no lugar da coluna do Lauritx. Você ouve uma notícia pela metade e já sai espalhando. Muito feio para a página 3 do maior jornal de Brusque.


abraços


4 comentários:

Anônimo disse...

De fato, Felipe.Lamentavelmente o amadorismo é grande, em certos momentos no Município Dia a Dia.
Além disso, já tá cansando a campanha quase semanal que fazem a favor do Dagomar, sempre lembrando o (e)leitor que ele é o candidato do governador. Governador este, de um governo que deve ser um dos maiores anunciantes do jornal... Que isenção, heim!!!

Nayara Duarte disse...

que piada...

Nayara Duarte disse...

que piada...

Anônimo disse...

Xi, isso vai dar muito pano pra manga ainda. Coisas da nossa "impresa livre".
Parabéns pelo Blog, muito interessante, é isso ai fica me cima dessa tropa.

Abraços

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